quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Construindo Pontes


Construindo Pontes


A vida é como um canteiro de obras. Estamos sempre construindo. Nossos sentimentos, nossos relacionamentos e nossas atitudes (de ação ou omissão) formam a base de tudo que construímos ao longo da existência. Essas construções delimitam, por sua vez, os espaços da nossa existência.

“As pessoas vivem solitárias porque constroem muralhas, em vez de pontes”. Há muita verdade contida neste pensamento. É como se ti-véssemos nele a síntese da engenharia do cotidiano. Quem constrói pontes para si está construindo também saídas alternativas, possibilidades de intercâmbio, de interação; trocas tanto de experiências como de afetos.

A vida também é como uma estrada de mão dupla: ida e vinda se alteram. Quem constrói pontes, expande vida, amplia visão, ultrapassa fronteiras, pois as pontes nos põem em contato com o mundo, os outros, levam-nos além de nós mesmos, ao mesmo tempo em que trazem o mundo e as pessoas a nós. Pontes são pontos de contato e podem ser vias de suprimento de carências, mesmo daquelas que tentamos negar.

Já as muralhas são símbolos de isolamento. Isso também é verdadeiro na dimensão psicológica, afetiva e espiritual da existência humana. O isolamento decorre de nossas inseguranças, nossas intolerâncias, nossa inabilidade em compartilhar sentimento, nossa incapacidade de conviver com as diferenças.

São muitas as muralhas que construímos ao longo da vida pela ilusão do poder, do dinheiro, do conhecimento, do status social, dos vários preconceitos sociais, religiosos e raciais etc. Algumas dessas muralhas são edificadas lenta e silenciosamente na alma e no coração. São verdadeiras paredes levantadas pelo ressentimento, pela inveja, pelo rancor, pela arrogância, pela disposição de não perdoar, pela vaidade; enfim, pelo lixo petrificado dentro de cada um de nós.

As pessoas que vivem por trás dessas muralhas são infelizes, solitárias. Não percebem que, à medida que se fecham para os outros, pelo isolamento afetivo e social, fecham-se também para a vida e tornam-se autodestrutivas. Como Ponte divina, Jesus nos transportou de volta para os braços do Pai, e deixou-nos, entre tantas, uma grande lição de humildade. Ao abrir mão da glória, Ele derrubou muralhas, para habitar entre nós e servir-nos em amor. Construiu pontes. Ele se fez o Caminho. Ele transportou dos celeiros celestiais para o coração humano os nutrientes essenciais à vida: o amor, a fé, o perdão. Se posso servir, por que cruzar os braços?

Construir pontes ou muralhas é decisão de cada um!

Estevam Fernandes de Oliveira

(http://www.nazareno.com.br/site/editorial/2010/11/construindo_pontes)








Estevam Fernandes de Oliveira





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